segunda-feira, 2 de maio de 2011

AS LETRAS EM MINHA VIDA



Janire Mello

Aprendi a ler e escrever ainda aos 5 anos de idade. Sempre fui mais adiantada em relação ao resto da turma por isso. Comecei a escrever com o auxílio do caderno de caligrafia contornando as letrinhas. As crianças da minha idade preferiam desenhar ao invés de escrever, mas eu não conseguia largar o tal caderno com letrinhas para contornar. Sempre estudei em escola pública e meus pais tiveram pouco estudo, por esse motivo, eu quase não tinha acesso a livros infantis. Então lia todo o livro didático fornecido pela escola. Adorava as estorinhas. Uma das primeiras que me lembro era a da Cabra brigona que brigava com sua imagem refletida num espelho. Como não tinha acesso aos livros, eu tentava criar minhas próprias fábulas em folhas de cadernos usados.
Aos 12 anos, decidi que seria jornalista esportiva. Gostava de escrever minhas próprias matérias sobre futebol e Fórmula 1. Um belo dia, ao corrigir meu caderno ao final do bimestre, o professor de matemática viu uma das minhas “matérias” escrita atrás da capa divisória das matérias do meu caderno. De repente, ele começou a ler em voz alta para toda a turma. Tentei tirar o caderno da mão dele, mas ele caminhava pela sala lendo meu texto sobre a copa do mundo de 1998. Fiquei morrendo de vergonha. Em 2000, mudei de colégio e descobri que lá poderia pegar livros emprestados na biblioteca por uma semana. Literalmente devorava os livros. Lia em 3 ou 4 dias os livros mais finos e os mais grossos até uma semana. Aproveitava todo e qualquer tempo livre para ler. No intervalo das aulas, ia para a biblioteca para ler. Queria ler todos os livros citados nas aulas de literatura e quase consegui. Infelizmente, no ano seguinte concluí o Ensino Médio e não pude mais pegar livros na biblioteca da escola. Comecei a trabalhar e estudar em outra cidade, o que tomava todo o meu tempo. Posso dizer que sou viciada em leitura. Todo texto que vejo quero ler. Leio de tudo, até bula de medicamento.
Nos últimos anos, tenho lido bastante. Ler e escrever são paixões antigas. Criei um blog para postar meus textos e passo um bom tempo lendo. Ultimamente tem sido as aulas do curso, mas tenho alguns livros que ainda não consegui ler, mas até o final do mês começarei. Para mim, os livros são os melhores companheiros para as horas de solidão. Gosto de me comunicar com minhas amigas que moram em outras cidades através de cartas. Mesmo com a facilidade dos e-mails, prefiro escrever as quase aposentadas cartas. Acredito que uma carta é uma lembrança e a qualquer momento você pode ler sem que para isso tenha que ligar um computador ou ter acesso à internet nem corre o risco de ser deletada por engano. Sem contar que ela pode chegar onde não existe a tecnologia acessível. Acho que estou no curso certo, onde saber ler e escrever bem é fundamental. Sempre quando participo de amigos secretos me perguntam o que quero ganhar e minha resposta é “quero ganhar um bom livro” Já ganhei dois: Tudo tem seu tempo de Philip Gulley e De gênio e louco todo mundo tem um pouco de Augusto Cury. Ganhei também A Farsa da boa preguiça de Ariano Suassuna, de quem sou fã. Meus livros são o meu tesouro.

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