segunda-feira, 2 de maio de 2011

Resenha do filme A Ilha do Medo (Shutter Island)

Filme: A Ilha do Medo
Título original: Shutter Island
Lançamento: 2010 (EUA)
Direção: Martin Scorsese
Duração: 138 min
Gênero: Suspense


Um filme de suspense à moda antiga. Conta a história de um delegado da Polícia Federal que viaja com seu parceiro até uma prisão psiquiátrica para criminosos de alta periculosidade para investigar o desaparecimento de uma paciente e em busca de outro, que incendiou o prédio onde vivia e sua esposa morreu asfixiada pela fumaça, para vingar-se. É um lugar isolado no meio do oceano. Chegando lá, é informado de que existem três alas: a ala feminina, a masculina e a dos mais perigosos. Nesta última ala, denominada Ala C, eles só poderiam entrar lá com autorização escrita do Psiquiatra e acompanhados de enfermeiros, por medidas de segurança. A paciente que eles investigam o desaparecimento, foi presa após afogar seus três filhos no lago próximo a sua casa. Ela sumiu misteriosamente, sem deixar rastros. Os delegados Teddy (Leonardo DiCaprio) e Chuck (Mark Ruffalo), entrevistam os pacientes e ficam intrigados com as respostas que parecem ter sido ensaiadas. Durante um passeio ao cemitério do hospital, cai uma tempestade e os dois parceiros se molham. Voltando ao hospital, lhes são dadas roupas iguais as dos enfermeiros. Devido à tempestade, as portas das celas são abertas e os presos são soltos. Os enfermeiros partem para levá-los de volta às suas celas. Aproveitando a oportunidade, entraram na Ala C como se fossem enfermeiros e partiram em busca do suposto paciente, o qual todos negavam estar lá. Durante a busca, encontra e conversa com um ex-paciente que havia denunciado o lugar por fazer experimentos com os internos. A partir daí, a trama passa a ter várias possibilidades de conclusão e o espectador passa a se perguntar o que é real e o que não é. A mulher morta aparece nos sonhos do delegado Teddy (Leonardo DiCaprio) lhe dizendo o que fazer, a conversa com o ex-paciente sugere que não escute o que sua mulher lhe diz. Ele sai em busca de provas das supostas cirurgias, que estariam no farol rodeado por pedras e de difícil acesso. Ao tentar chegar no farol, o parceiro Chuck surge com o registro do paciente que negam estar lá e o tenta fazê-lo desistir da ideia de ir até lá, mas ele insiste e, do nada, o parceiro desaparece inexplicavelmente. Tentando chegar ao seu alvo, o farol, encontra numa caverna a suposta paciente desaparecida e encontrada. Ela diz ser uma ex-psiquiatra do hospital que foi vítima de uma conspiração e conta que ele também é uma vítima. Conta que os remédios que tomou para as dores de cabeça, o cigarro e até a comida ingerida contém substâncias que o farão ter tremores e paralisias. Conta ainda que serão usados seus traumas de guerra para reforçar a tese da loucura dele e que nunca mais sairá daquela ilha. Segundo ela, todos sabem de tudo o que acontece ali, mas ninguém fala por medo de acabarem como ela. Ele volta ao hospital e parece que o que a tal médica tinha razão. Quando ele pergunta pelo seu parceiro, dizem que ele chegou lá sozinho. Começa a apresentar tremores e paralisia nas mãos. Todos parecem suspeitos. Fica impossível saber o que é real ou se é tudo uma conspiração. O médico tenta lhe aplicar um sedativo, mas ele o domina e aplica-lhe o sedativo. Foge para o farol onde consegue dominar o guarda, pega sua arma e sobe as escadas e procura por vestígios das tais cirurgias de lobotomia. Não encontra nada até chegar no topo do farol, onde encontra o psiquiatra diretor do presídio. Este lhe diz que a arma está descarregada e que ele, Teddy é na verdade, um dos pacientes do lugar. Conta que ele está lá a dois anos e estão tentando curá-lo usando um novo método. É revelado que o parceiro Chuck, é na verdade, o médico responsável por ele. Após relutar, lembra o motivo de estar lá. Lembra que ao chegar em casa, sua mulher está molhada e ao perguntar pelas crianças, ela diz que estão na escola, mas é sábado. Ao olhar no lago, vê boiando o corpo dos filhos. Retira-os de lá e sua esposa diz que podem ser seus "bonequinhos". Ele mata a mulher com um tiro e depois incendeia sua casa. Cria a fantasia de que alguém foi responsável por tudo e não ele. Acaba aceitando a realidade e os médicos acreditam que ele possa estar curado. O final fica aberto para interpretações, pois quando ele está pronto para ir embora, chama o médico pelo nome de Chuck, que seria o parceiro imaginário, e este faz um sinal negativo com a cabeça para a equipe que o espera para levá-lo à balsa, que é o único meio de sair dali. Então ele faz um comentário: "Fico imaginando o que é pior: viver como um monstro, ou morrer como um homem bom." depois disso segue em direção da equipe,s e junta a eles e seguem caminhando para algum lugar que não é revelado se é o carro que o levará até a balsa, ou se de volta para o presídio.
O filme é fantástico! No início pensei que fosse de terror, mas depois me dei conta que se tratava um suspense psicológico muito bem feito. Tão bem feito, que tive problemas para dormir. É um filme com cenas muito fortes e histórias conectadas que levam o espectador a fazer parte do filme, como em um jogo de adivinhação. O final pode ter várias interpretações. Acredito que ele estava curado e que a frase revela o dilema da vida dele. Aceitar a realidade pode ser muito cruel, enquanto viver em um mundo de fantasias é menos doloroso. Se assumir a culpa, viverá se achando um monstro por ter matado a mulher que amava, mesmo ela tendo matado seus três filhos e pedido para que ele a libertasse. Por outro lado, culpando outra pessoa imaginária, poderia viver sem culpar-se pelo que fez. Vale a pena assistir e tirar suas próprias conclusões.

9 comentários:

  1. Acabei de ver esse filme Janny.
    To na dúvida até agora... rsrs Amei!
    Muito bem bolado!

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  2. O filme é meio confuso mesmo,
    parabens
    foi muito bem descrito

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  3. Eu acabo de assistir. Até as últimas cenas eu ainda acreditava que Teddy era um policial a serviço, e tudo havia sido armado para faze-lo enlouquecer.

    Apenas após a cena do lago é que me convenci de que ele era de fato um interno.

    Quanto ao final, entendi que Teddy estava novamente numa alucinação, mas agora com certo grau de consciência. Assim, pode decidir se submeter à tal cirurgia (que ela imaginava que existisse no farol). Assim, talvez o procedimento o mate (levando em conta suas últimas palavras), ou talvez apenas o transforme num louco menos agressivo.

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  4. Filme bom demais... História bacana.

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  5. Filme bom demais... História bacana.

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  6. Olá Janny!
    O final do filme não está aberto a interpretação. Ele não está esperando para ser levado à balsa, e sim para sua cirurgia de lobotomia, o que pode ser concluído pois ele está com a roupa de paciente e alucinando que eles são policiais (ele comenta que eles darão um jeito de fugir, pois são mais espertos que "eles") e o enfermeiro é visto carregando os instrumentos para a lobotomia. Para confirmar, o filme termina com o farol, o local onde as cirurgias são realizadas. Um abraço!

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  7. Olá Janny!
    O final do filme não está aberto a interpretação. O Teddy não está aguardando para ser levado à balsa, mas à sua cirurgia de lobotomia. Isso pode ser confirmado por vários detalhes: ele está visivelmente alucinando novamente, achando que o psiquiatra é o parceiro e falando que são mais espertos que "eles", continuando na alucinação de que estão tentando mante-lo trancado. Ele ainda está com seu uniforme de paciente, não como se estivesse pronto para sair. Para confirmar, o enfermeiro aparece levando os instrumentos para a lobotomia dele.
    E finalmente, a ultima cena é do farol, onde as lobotomias são realizadas. Abraços!

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