Filme: A Ilha do Medo
Título original: Shutter Island
Lançamento: 2010 (EUA)
Direção: Martin Scorsese
Duração: 138 min
Gênero: Suspense
Um filme de suspense à moda antiga. Conta a história de um delegado da Polícia Federal que viaja com seu parceiro até uma prisão psiquiátrica para criminosos de alta periculosidade para investigar o desaparecimento de uma paciente e em busca de outro, que incendiou o prédio onde vivia e sua esposa morreu asfixiada pela fumaça, para vingar-se. É um lugar isolado no meio do oceano. Chegando lá, é informado de que existem três alas: a ala feminina, a masculina e a dos mais perigosos. Nesta última ala, denominada Ala C, eles só poderiam entrar lá com autorização escrita do Psiquiatra e acompanhados de enfermeiros, por medidas de segurança. A paciente que eles investigam o desaparecimento, foi presa após afogar seus três filhos no lago próximo a sua casa. Ela sumiu misteriosamente, sem deixar rastros. Os delegados Teddy (Leonardo DiCaprio) e Chuck (Mark Ruffalo), entrevistam os pacientes e ficam intrigados com as respostas que parecem ter sido ensaiadas. Durante um passeio ao cemitério do hospital, cai uma tempestade e os dois parceiros se molham. Voltando ao hospital, lhes são dadas roupas iguais as dos enfermeiros. Devido à tempestade, as portas das celas são abertas e os presos são soltos. Os enfermeiros partem para levá-los de volta às suas celas. Aproveitando a oportunidade, entraram na Ala C como se fossem enfermeiros e partiram em busca do suposto paciente, o qual todos negavam estar lá. Durante a busca, encontra e conversa com um ex-paciente que havia denunciado o lugar por fazer experimentos com os internos. A partir daí, a trama passa a ter várias possibilidades de conclusão e o espectador passa a se perguntar o que é real e o que não é. A mulher morta aparece nos sonhos do delegado Teddy (Leonardo DiCaprio) lhe dizendo o que fazer, a conversa com o ex-paciente sugere que não escute o que sua mulher lhe diz. Ele sai em busca de provas das supostas cirurgias, que estariam no farol rodeado por pedras e de difícil acesso. Ao tentar chegar no farol, o parceiro Chuck surge com o registro do paciente que negam estar lá e o tenta fazê-lo desistir da ideia de ir até lá, mas ele insiste e, do nada, o parceiro desaparece inexplicavelmente. Tentando chegar ao seu alvo, o farol, encontra numa caverna a suposta paciente desaparecida e encontrada. Ela diz ser uma ex-psiquiatra do hospital que foi vítima de uma conspiração e conta que ele também é uma vítima. Conta que os remédios que tomou para as dores de cabeça, o cigarro e até a comida ingerida contém substâncias que o farão ter tremores e paralisias. Conta ainda que serão usados seus traumas de guerra para reforçar a tese da loucura dele e que nunca mais sairá daquela ilha. Segundo ela, todos sabem de tudo o que acontece ali, mas ninguém fala por medo de acabarem como ela. Ele volta ao hospital e parece que o que a tal médica tinha razão. Quando ele pergunta pelo seu parceiro, dizem que ele chegou lá sozinho. Começa a apresentar tremores e paralisia nas mãos. Todos parecem suspeitos. Fica impossível saber o que é real ou se é tudo uma conspiração. O médico tenta lhe aplicar um sedativo, mas ele o domina e aplica-lhe o sedativo. Foge para o farol onde consegue dominar o guarda, pega sua arma e sobe as escadas e procura por vestígios das tais cirurgias de lobotomia. Não encontra nada até chegar no topo do farol, onde encontra o psiquiatra diretor do presídio. Este lhe diz que a arma está descarregada e que ele, Teddy é na verdade, um dos pacientes do lugar. Conta que ele está lá a dois anos e estão tentando curá-lo usando um novo método. É revelado que o parceiro Chuck, é na verdade, o médico responsável por ele. Após relutar, lembra o motivo de estar lá. Lembra que ao chegar em casa, sua mulher está molhada e ao perguntar pelas crianças, ela diz que estão na escola, mas é sábado. Ao olhar no lago, vê boiando o corpo dos filhos. Retira-os de lá e sua esposa diz que podem ser seus "bonequinhos". Ele mata a mulher com um tiro e depois incendeia sua casa. Cria a fantasia de que alguém foi responsável por tudo e não ele. Acaba aceitando a realidade e os médicos acreditam que ele possa estar curado. O final fica aberto para interpretações, pois quando ele está pronto para ir embora, chama o médico pelo nome de Chuck, que seria o parceiro imaginário, e este faz um sinal negativo com a cabeça para a equipe que o espera para levá-lo à balsa, que é o único meio de sair dali. Então ele faz um comentário: "Fico imaginando o que é pior: viver como um monstro, ou morrer como um homem bom." depois disso segue em direção da equipe,s e junta a eles e seguem caminhando para algum lugar que não é revelado se é o carro que o levará até a balsa, ou se de volta para o presídio.
O filme é fantástico! No início pensei que fosse de terror, mas depois me dei conta que se tratava um suspense psicológico muito bem feito. Tão bem feito, que tive problemas para dormir. É um filme com cenas muito fortes e histórias conectadas que levam o espectador a fazer parte do filme, como em um jogo de adivinhação. O final pode ter várias interpretações. Acredito que ele estava curado e que a frase revela o dilema da vida dele. Aceitar a realidade pode ser muito cruel, enquanto viver em um mundo de fantasias é menos doloroso. Se assumir a culpa, viverá se achando um monstro por ter matado a mulher que amava, mesmo ela tendo matado seus três filhos e pedido para que ele a libertasse. Por outro lado, culpando outra pessoa imaginária, poderia viver sem culpar-se pelo que fez. Vale a pena assistir e tirar suas próprias conclusões.