quinta-feira, 5 de maio de 2011

VIDA: a escola eterna

Hoje acordei pensando na vida...
A vida é uma escola, onde todos somos alunos e professores. Não tem como passar pela vida sem aprender ou ensinar algo.
Pensei no quanto aprendemos diariamente e no quanto podemos ensinar.
Não há quem possa dizer não ter aprendido nada das experiências vividas, nem possa auxiliar alguém que passe por um problema semelhante ao que viveu.
Cada momento vivido, é uma fonte de aprendizado e de ensinamento.
Uma desilusão amorosa, a perda de um ente querido, um acidente, um porre depois de uma farra, uma crise alérgica... Tudo pode ser válido e tudo pode ser útil para alguém ou até para você mesmo.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

AS LETRAS EM MINHA VIDA



Janire Mello

Aprendi a ler e escrever ainda aos 5 anos de idade. Sempre fui mais adiantada em relação ao resto da turma por isso. Comecei a escrever com o auxílio do caderno de caligrafia contornando as letrinhas. As crianças da minha idade preferiam desenhar ao invés de escrever, mas eu não conseguia largar o tal caderno com letrinhas para contornar. Sempre estudei em escola pública e meus pais tiveram pouco estudo, por esse motivo, eu quase não tinha acesso a livros infantis. Então lia todo o livro didático fornecido pela escola. Adorava as estorinhas. Uma das primeiras que me lembro era a da Cabra brigona que brigava com sua imagem refletida num espelho. Como não tinha acesso aos livros, eu tentava criar minhas próprias fábulas em folhas de cadernos usados.
Aos 12 anos, decidi que seria jornalista esportiva. Gostava de escrever minhas próprias matérias sobre futebol e Fórmula 1. Um belo dia, ao corrigir meu caderno ao final do bimestre, o professor de matemática viu uma das minhas “matérias” escrita atrás da capa divisória das matérias do meu caderno. De repente, ele começou a ler em voz alta para toda a turma. Tentei tirar o caderno da mão dele, mas ele caminhava pela sala lendo meu texto sobre a copa do mundo de 1998. Fiquei morrendo de vergonha. Em 2000, mudei de colégio e descobri que lá poderia pegar livros emprestados na biblioteca por uma semana. Literalmente devorava os livros. Lia em 3 ou 4 dias os livros mais finos e os mais grossos até uma semana. Aproveitava todo e qualquer tempo livre para ler. No intervalo das aulas, ia para a biblioteca para ler. Queria ler todos os livros citados nas aulas de literatura e quase consegui. Infelizmente, no ano seguinte concluí o Ensino Médio e não pude mais pegar livros na biblioteca da escola. Comecei a trabalhar e estudar em outra cidade, o que tomava todo o meu tempo. Posso dizer que sou viciada em leitura. Todo texto que vejo quero ler. Leio de tudo, até bula de medicamento.
Nos últimos anos, tenho lido bastante. Ler e escrever são paixões antigas. Criei um blog para postar meus textos e passo um bom tempo lendo. Ultimamente tem sido as aulas do curso, mas tenho alguns livros que ainda não consegui ler, mas até o final do mês começarei. Para mim, os livros são os melhores companheiros para as horas de solidão. Gosto de me comunicar com minhas amigas que moram em outras cidades através de cartas. Mesmo com a facilidade dos e-mails, prefiro escrever as quase aposentadas cartas. Acredito que uma carta é uma lembrança e a qualquer momento você pode ler sem que para isso tenha que ligar um computador ou ter acesso à internet nem corre o risco de ser deletada por engano. Sem contar que ela pode chegar onde não existe a tecnologia acessível. Acho que estou no curso certo, onde saber ler e escrever bem é fundamental. Sempre quando participo de amigos secretos me perguntam o que quero ganhar e minha resposta é “quero ganhar um bom livro” Já ganhei dois: Tudo tem seu tempo de Philip Gulley e De gênio e louco todo mundo tem um pouco de Augusto Cury. Ganhei também A Farsa da boa preguiça de Ariano Suassuna, de quem sou fã. Meus livros são o meu tesouro.

Desafios do profissional de Espanhol

Janire Mello

O primeiro desafio encontrado pelo profissional, é a qualificação. São poucos os cursos de graduação e pós na área. O IFRN oferece o curso no turno diurno, o que impossibilita trabalhar nesse período. Existe a modalidade a distância que ainda está em fase de ajustes e dependerá dos concluintes para que seja reconhecido. 
A UFRN oferece o curso a noite, mas dizem que a qualidade é inferior e voltado para a área de literatura. Agora vejamos a pós-graduação: nenhuma instituição no RN oferece pós em língua espanhola especificamente. A UFRN oferece o mestrado em educação na área de formação de leitores em língua portuguesa e francesa. Francês? Para quê? Existe também o mestrado em linguística para o ensino de línguas estrangeiras. Quem não quiser fazer linguística, fica sem fazer mestrado. O IFRN ainda está tentando trazer o mestrado em Língua Espanhola que seria muito bom para todos. O problema seria a quantidade de vagas. Mas vamos a outro ponto. 
É obrigatório o ensino de língua espanhola na rede pública de ensino, mas não abrem concursos para preenchimento das vagas e profissionais de outras áreas ocupam as vagas destinadas a profissionais formados nessa área. Tenho uma amiga que começou a cursar Letras Português e desde o segundo período do curso dá aulas de Espanhol na rede pública de uma cidade do interior de Pernambuco. Concluiu a faculdade e ingressou na pós graduação em Língua Portuguesa e continua dando aulas de Língua Espanhola. A prefeitura do município até fez concurso em 2009, mas não teve inscritos para duas vagas para professor de Espanhol. E o RN? Dizem que este ano abrirá concurso, mas nada certo ainda. Vamos esperar e ver o que acontece. Enquanto isso, os poucos formados, dão aulas em cursinhos, aulas particulares e até tem outros empregos para viver. 



Ser aluno na EaD - Vantagens e desvantagens

Ser aluno da modalidade de Ensino à Distância não é nada fácil. Exige muita dedicação e paciência. Além de ser autodidata, o aluno deve estar familiarizado com as tecnologias para que possa absorver o conteúdo das aulas de maneira satisfatória. Vejamos agora algumas características positivas e negativas da EaD:
 
Pontos positivos:
  • Flexibilidade de horários;
  • Estimula a autodidática e senso de responsabilidade;
  • Possibilita que pessoas que não tenham horários de trabalho fixos possam ter acesso às aulas no seu próprio tempo.

Ponto negativos:
  • Estudo individual;
  • Ausência da figura do professor e colegas de turma;
  • Comunicação assíncrona o que pode interferir na comunicação;
  • Dificuldade em acompanhar as aulas sem material impresso;
  • Nem todos dispõe de computador com internet em casa e moram em outra cidades que não a do polo de apoio presencial, tendo que fazer uso de lan houses que nem sempre oferecem serviços de qualidade;
  • Muitas pessoas ainda não se familiarizaram com o uso de tecnologias ou não fazem uso adequado delas sentindo muita dificuldade em comunicar-se por esses meios.

Vantagens:
  • Qualquer pessoa pode obter seu diploma, desde que tenha disposição para enfrentar o desafio de estudar sozinho e sem auxílio imediato do professor ou dos colegas;
  • Possibilita a inclusão de pessoas que não podem cursar presencialmente as disciplinas;
  • Menor custo com deslocamento para assistir as aulas;
  • Melhor aproveitamento do conteúdo estudado;
  • Inclusão de pessoas que moram em localidades distantes da universidade.

Desvantagens:
  • Desestímulo pela falta de interação física com outras pessoas;
  • Falta de habilidade no uso das tecnologias;
  • Falta de interesse do aluno em estudar sozinho;
  • Ilusão de que o curso será mais fácil e exigências menores.
Deve haver, no início do curso, uma conscientização de que o curso a distância segue a mesma orientação do curso presencial, com a diferença que o aluno da EaD deverá dedicar-se a estudar seu material de aula como se estivesse em sala de aula e que o método de avaliação são as atividades postadas pelo aluno na plataforma, pois no ensino presencial o aluno frequenta 5 dias de aula com aproximadamente 4 horas de duração diárias, ou seja, 20 horas semanais dentro de uma sala de aula estudando os conteúdos das aulas com o auxílio dos professores e dos colegas e a avaliação é feita de acordo com a sua participação nas aulas, sem a necessidade de estar entregando trabalhos ao professor ao término de cada aula. Na EaD, o aluno deve acostumar-se a fazer seu horário de aula, ou seja, reservar algumas horas por dia para ler o material e responder as atividades, pois elas (as atividades) indicarão ao professor se o aluno está fazendo a leitura do material e compreendendo os assuntos estudados.
Muitos dos problemas poderiam ser resolvidos por meio de pequenas atitudes que certamente, farão muita diferença. Todas as informações necessárias devem ser dadas no primeiro momento para que não haja dúvidas posteriores e que a relação da coordenação com os alunos seja aberta a críticas e sugestões e todos possam falar e ser ouvidos dentro do possível.

Resenha do filme A Ilha do Medo (Shutter Island)

Filme: A Ilha do Medo
Título original: Shutter Island
Lançamento: 2010 (EUA)
Direção: Martin Scorsese
Duração: 138 min
Gênero: Suspense


Um filme de suspense à moda antiga. Conta a história de um delegado da Polícia Federal que viaja com seu parceiro até uma prisão psiquiátrica para criminosos de alta periculosidade para investigar o desaparecimento de uma paciente e em busca de outro, que incendiou o prédio onde vivia e sua esposa morreu asfixiada pela fumaça, para vingar-se. É um lugar isolado no meio do oceano. Chegando lá, é informado de que existem três alas: a ala feminina, a masculina e a dos mais perigosos. Nesta última ala, denominada Ala C, eles só poderiam entrar lá com autorização escrita do Psiquiatra e acompanhados de enfermeiros, por medidas de segurança. A paciente que eles investigam o desaparecimento, foi presa após afogar seus três filhos no lago próximo a sua casa. Ela sumiu misteriosamente, sem deixar rastros. Os delegados Teddy (Leonardo DiCaprio) e Chuck (Mark Ruffalo), entrevistam os pacientes e ficam intrigados com as respostas que parecem ter sido ensaiadas. Durante um passeio ao cemitério do hospital, cai uma tempestade e os dois parceiros se molham. Voltando ao hospital, lhes são dadas roupas iguais as dos enfermeiros. Devido à tempestade, as portas das celas são abertas e os presos são soltos. Os enfermeiros partem para levá-los de volta às suas celas. Aproveitando a oportunidade, entraram na Ala C como se fossem enfermeiros e partiram em busca do suposto paciente, o qual todos negavam estar lá. Durante a busca, encontra e conversa com um ex-paciente que havia denunciado o lugar por fazer experimentos com os internos. A partir daí, a trama passa a ter várias possibilidades de conclusão e o espectador passa a se perguntar o que é real e o que não é. A mulher morta aparece nos sonhos do delegado Teddy (Leonardo DiCaprio) lhe dizendo o que fazer, a conversa com o ex-paciente sugere que não escute o que sua mulher lhe diz. Ele sai em busca de provas das supostas cirurgias, que estariam no farol rodeado por pedras e de difícil acesso. Ao tentar chegar no farol, o parceiro Chuck surge com o registro do paciente que negam estar lá e o tenta fazê-lo desistir da ideia de ir até lá, mas ele insiste e, do nada, o parceiro desaparece inexplicavelmente. Tentando chegar ao seu alvo, o farol, encontra numa caverna a suposta paciente desaparecida e encontrada. Ela diz ser uma ex-psiquiatra do hospital que foi vítima de uma conspiração e conta que ele também é uma vítima. Conta que os remédios que tomou para as dores de cabeça, o cigarro e até a comida ingerida contém substâncias que o farão ter tremores e paralisias. Conta ainda que serão usados seus traumas de guerra para reforçar a tese da loucura dele e que nunca mais sairá daquela ilha. Segundo ela, todos sabem de tudo o que acontece ali, mas ninguém fala por medo de acabarem como ela. Ele volta ao hospital e parece que o que a tal médica tinha razão. Quando ele pergunta pelo seu parceiro, dizem que ele chegou lá sozinho. Começa a apresentar tremores e paralisia nas mãos. Todos parecem suspeitos. Fica impossível saber o que é real ou se é tudo uma conspiração. O médico tenta lhe aplicar um sedativo, mas ele o domina e aplica-lhe o sedativo. Foge para o farol onde consegue dominar o guarda, pega sua arma e sobe as escadas e procura por vestígios das tais cirurgias de lobotomia. Não encontra nada até chegar no topo do farol, onde encontra o psiquiatra diretor do presídio. Este lhe diz que a arma está descarregada e que ele, Teddy é na verdade, um dos pacientes do lugar. Conta que ele está lá a dois anos e estão tentando curá-lo usando um novo método. É revelado que o parceiro Chuck, é na verdade, o médico responsável por ele. Após relutar, lembra o motivo de estar lá. Lembra que ao chegar em casa, sua mulher está molhada e ao perguntar pelas crianças, ela diz que estão na escola, mas é sábado. Ao olhar no lago, vê boiando o corpo dos filhos. Retira-os de lá e sua esposa diz que podem ser seus "bonequinhos". Ele mata a mulher com um tiro e depois incendeia sua casa. Cria a fantasia de que alguém foi responsável por tudo e não ele. Acaba aceitando a realidade e os médicos acreditam que ele possa estar curado. O final fica aberto para interpretações, pois quando ele está pronto para ir embora, chama o médico pelo nome de Chuck, que seria o parceiro imaginário, e este faz um sinal negativo com a cabeça para a equipe que o espera para levá-lo à balsa, que é o único meio de sair dali. Então ele faz um comentário: "Fico imaginando o que é pior: viver como um monstro, ou morrer como um homem bom." depois disso segue em direção da equipe,s e junta a eles e seguem caminhando para algum lugar que não é revelado se é o carro que o levará até a balsa, ou se de volta para o presídio.
O filme é fantástico! No início pensei que fosse de terror, mas depois me dei conta que se tratava um suspense psicológico muito bem feito. Tão bem feito, que tive problemas para dormir. É um filme com cenas muito fortes e histórias conectadas que levam o espectador a fazer parte do filme, como em um jogo de adivinhação. O final pode ter várias interpretações. Acredito que ele estava curado e que a frase revela o dilema da vida dele. Aceitar a realidade pode ser muito cruel, enquanto viver em um mundo de fantasias é menos doloroso. Se assumir a culpa, viverá se achando um monstro por ter matado a mulher que amava, mesmo ela tendo matado seus três filhos e pedido para que ele a libertasse. Por outro lado, culpando outra pessoa imaginária, poderia viver sem culpar-se pelo que fez. Vale a pena assistir e tirar suas próprias conclusões.

OUTRO OLHAR - Ensino à Distância